A ignorância
Como pode tão bela criatura
Na penumbra do Tempo se perder?
Como pode nas sombras se esconder
A luz excelsa de tanta ternura?
Como pode um ser de tanto poder
Cobrir-se assim de tamanha doçura,
Ser como vício que não tem mais cura
E remédio para o meu perecer?
Como pode entre tudo que já vi
A nada tão supremo se comparar
Em grandeza e tão sublime amor?
Como pode, entre tudo que já temi,
Perder de vista o seu caminhar
Ser a causa do meu maior temor?