GRUNHIDOS

Orvalhos, sobre a alfombra despejados,

alegram feras tontas pelo cheiro

do mel disseminado, verdadeiro

grilhão que envolve instintos aflorados.

Penetram, os punhais adocicados,

meu coração, tornado prisioneiro

e entregue às maravilhas do roteiro

onde trafegam sonhos inflamados.

Teus poros, vertedouros dos manjares,

aguçam lábios trêmulos e olhares

que não controlo mais de tanta fome.

Não posso reprimir os meus grunhidos,

domar o desespero dos sentidos

que vibram quando escutam o teu nome...