CABELOS DE VENTO
Com mãos de cristal, cabelos de vento,
Olhar trigueiro. Uma voz muito amena...
E um coração de leite. Muito desatento...
E o relógio cheio de fome nesta arena.
Neste fio de luz como cordas de alento,
Lá vai o teto de ternura nesta linda cena,
Quando os dedos do piano é um relento,
No entanto do Poeta não tenho tanta pena.
E a noite dança ao Luar desta arvorada,
Quando o tambor da vida nos enfada...
Pois nesta estrada pardacenta lá vai.
Um grito da chuva enquanto a Lua,
Cansada de trabalhar d'alma nua...
Tomba um clarão de prata e tudo cai.
LUÍS COSTA
24/07/2004