CABELOS DE VENTO

Com mãos de cristal, cabelos de vento,

Olhar trigueiro. Uma voz muito amena...

E um coração de leite. Muito desatento...

E o relógio cheio de fome nesta arena.

Neste fio de luz como cordas de alento,

Lá vai o teto de ternura nesta linda cena,

Quando os dedos do piano é um relento,

No entanto do Poeta não tenho tanta pena.

E a noite dança ao Luar desta arvorada,

Quando o tambor da vida nos enfada...

Pois nesta estrada pardacenta lá vai.

Um grito da chuva enquanto a Lua,

Cansada de trabalhar d'alma nua...

Tomba um clarão de prata e tudo cai.

LUÍS COSTA

24/07/2004

TÓLU
Enviado por TÓLU em 30/03/2020
Reeditado em 25/04/2020
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