A dor da idade

Triste por carregar os jugos da vida.

Dói-me o corpo, o coração,

Os joelhos, as pernas e o pulmão

E já não tenho mais a minha querida

Tenho ainda que escutar reclamação

De uma boca felina e malferida.

Mas, no meu peito, há uma ermida,

E tenho esperança na bênção.

Eu peço encarecidamente a Deus,

Que dê à lembrança dos olhos seus

E da nossa união na juventude;

Que me dê forças para enfrentar o dia;

E a cada dia que se inicia,

O dom de agradecer pela vicissitude!

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 29/03/2020
Reeditado em 15/05/2020
Código do texto: T6900831
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