SILÊNCIO

As árvores vigiam a rua deserta

e o vento passa por ali livremente

varrendo folhas, talvez descobertas

pelas grades do tempo das sementes.

Desaparecem os passos na calçada,

e aquietam-se as marcas dos pares

enamorados, a cantoria animada,

o trânsito e os amigos nos bares.

O silêncio é o imperador da rua

ao longo dos passeios e praças;

e a solitude é também da lua

que na noite contrita me abraça

e me leva a sonhar e me flutua

pela esperança de uma graça!

Vilma Orzari Piva

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Agradecida e honrada com a

*Magnifica interação do Mestre Poeta

Fernando Cunha Lima

*SILÊNCIO PRIMORDIAL

O tal silêncio quando silencia,

Cala profundo sobre o pensamento,

Distribui-se, espalha-se ao vento,

Torna-se triste como nostalgia.

O silêncio também é alegria,

Quando nos traz o seu real momento,

E passa a ser um breve movimento,

Voando pelo ar em poesia.

Este silêncio às vezes é um grito,

Que corre mudo pelo infinito,

Tremendo, tristonho e gutural.

É tal silêncio quando silencia,

Que faz do seu espaço fantasia,

Sendo o silêncio assaz primordial.

fcunha lima

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Agradecida e honrada com a

*Belissima interação do Mestre Poeta

Jota Garcia

*SILÊNCIO MAL-ASSOMBRADO

O silêncio é frágil como uma bolha,

Daquelas de sabão a flutuar,

Que ao tocar de leve numa folha,

Em total silêncio some no ar.

Às vezes o silêncio é uma benção,

Quando a sós queremos estar,

Outras um mal, se vem a solidão,

Que também costuma perturbar.

O pior silêncio é o das ruas,

Que agora estão desertas e vazias,

Parecendo noites em pleno dia.

Sem as crianças com sua alegria,

Até o Sol parece desbotado.

No ar um silêncio mal-assombrado.

Jota Garcia

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