Plenilúnio
No berço etéreo, num ponto distante,
Nasceu a lua, branca e divina,
Como se o céu parisse uma menina
Ainda envolta em névoas um instante.
Pálida surgiu, qual pálida amante,
A correr, distraída e peregrina,
Rasgando o véu manchado de anilina,
Por entre o véu das nuvens flutuante.
E desliza, valsando, a novata,
Ora corando - tímida e brejeira;
Ora exibindo a bela face prata;
Refletindo, entre a verde cabeleira,
Ao som de um violão na serenata,
O fulgor auriverde na palmeira.
Humberto Cláudio do Patrocínio