O SERESTEIRO

Ao simples seresteiro apaixonado,

apenas noite, estrelas e a viola,

além do lindo amor abençoado,

que ao triste, solitário, bem consola.

Entoa doces notas, afinado,

ao gato recostado à portinhola

e ao verde lucilando de orvalhado.

A terra toda em volta cantarola.

O moço não precisa de farturas,

tampouco bobos mimos e mesuras;

possui a Lua, sua irmã menina.

Clareia o dia, vida em movimento...

E, à dura lida, ampara-se no alento:

À tarde, no horizonte, o sol declina.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 27/03/2020
Reeditado em 27/03/2020
Código do texto: T6898646
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