A CIGARRA...
Hoje em meu amanhecer...
SONETO I
Daqui escuto um som no amanhecer
Intermitente com o silêncio vindo
Em tons dourados tudo é tão lindo
Uma canção de paz ao bem querer...
O diferente som persiste em ser
Destaque, pois assim vai conseguindo
Enquanto a natureza conduzindo
Naturalmente todo o seu poder...
Os ninhos cantam, mas aquele som
Aumenta do invisível o seu tom
Parece num clamor, amor que narra...
É simplesmente a voz de um tenor
Que explode enfim nos atos de amor
Depois da ninfa adulta... A cigarra...
SONETO II
Mistério deste canto que por trás
Dos bastidores, contam as histórias
Lendas que vão brotando das memórias
Dos inocentes contos naturais...
Das cantorias que nos tiram a paz
Vão as cigarras encontrar as glórias?
E deixam cascas pra contar vitórias
Ou as tristezas antes dos finais?...
Verdade, à madrugada sobem as ninfas
Depois de alimentarem-se das linfas
Ao tronco de uma árvore bendita...
E o exoesqueleto fica exposto
Enquanto os machos cantam sem desgosto
Pra atrair a fêmea mais bonita...
Autor: André Luiz Pinheiro
25/03/2020