NA BARRIGA DO LOBO
Poeta, eu lhe peço que me ouça por favor!
Abra para mim a porta! salva-me a vida,
Pois atrás de mim há um cruel caçador
Que aproveita da minha fama não querida.
Ele Diz que devorei a avó mais chapeuzinho,
Porém isso não fiz, pois estou de dieta.
O caçador apareceu no meu caminho
com o revólver apontado à minha reta...
Não sou nenhum santo eu sei, mas lhe peço: creia
Em mim! Não comi a anciã, tão pouco sua neta;
Jamais pratiquei na vida coisa tão feia.
Abrindo a porta para o animal perseguido,
tem agora nova residência o poeta:
a enorme barriga do seu protegido.
O FILHO DA POETISA