SONETO MOFADO

Resquícios de serestas e arrebóis

Embolorando a horda de senis --

Ninguém precisa aqui dar nome aos bois --

Em quarentena aflita...Ah, que feliz

Encontro, e urgente, que não há depois.

É a nata do medíocre, de imbecis

Nostálgicos do beletrismo a dois,

A três, a mil...Aplausos, peçam bis!

E assim, sem chegar perto -- olhar de esguelha --

Do mofo que os estômagos embrulha,

Caem sol e lua e o que mais der na telha

De cada tonto à toa, cada pulha.

E a teia duma aranha muito velha

Coroa a cafonérrima tertúlia.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 24/03/2020
Código do texto: T6896266
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