soneto da jovem senhora
havia flores desfeitas
havia voos fenecendo
havia o sabor das vespas
esse mel sem adstringência
ela colheu crepúsculos sem pressa
desabou tristezas na varanda
atravessou a solidão mais seca
e se afogou na estrela
dizem que o mato se esconde
nos delicados passos da chuva
dizem que só os pássaros sabem
quando a morte pousa sem música
ela é toda sorriso e perfume e adaga
onde havia carícia hoje é tsunami