Gift
“I live, but live to die; and, living, see no thing to make death hateful, save an innate clinging, a loathsome and yet all-invincible instinct of life, which I abhor, as I despise myself, yet cannot overcome – and so I live. Would I have never lived!”
(Byron, CAIN, ato I, cena 1)
Com passos graves e solenes caminhava
Uma funérea procissão pela cidade;
Seguindo-os, beirando a insanidade,
Uma lamuriosa mulher se arrastava.
Seus cabelos em desalinho ela puxava,
Não querendo crer que aquilo era verdade –
Seu filhinho, ceifado na mais tenra idade,
À fria morada dos mortos avançava!
Como invejei aquele infante malfadado!
Se Deus a vida não lhe houvesse subtraído,
Muito melhor que eu a teria aproveitado –
Eu, que nem ao menos desejei ter nascido,
E tendo um quarto de século desperdiçado
Preferiria ainda um feto ter morrido!