Gift

“I live, but live to die; and, living, see no thing to make death hateful, save an innate clinging, a loathsome and yet all-invincible instinct of life, which I abhor, as I despise myself, yet cannot overcome – and so I live. Would I have never lived!”

(Byron, CAIN, ato I, cena 1)

Com passos graves e solenes caminhava

Uma funérea procissão pela cidade;

Seguindo-os, beirando a insanidade,

Uma lamuriosa mulher se arrastava.

Seus cabelos em desalinho ela puxava,

Não querendo crer que aquilo era verdade –

Seu filhinho, ceifado na mais tenra idade,

À fria morada dos mortos avançava!

Como invejei aquele infante malfadado!

Se Deus a vida não lhe houvesse subtraído,

Muito melhor que eu a teria aproveitado –

Eu, que nem ao menos desejei ter nascido,

E tendo um quarto de século desperdiçado

Preferiria ainda um feto ter morrido!

Galaktion Eshmakishvili
Enviado por Galaktion Eshmakishvili em 21/03/2020
Reeditado em 25/04/2021
Código do texto: T6893148
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