Penitência
Quando a noite, infinita, me assedia,
Em silêncio, exibindo meus pecados,
A tortura se dá na calmaria
Enganosa do céu enluarado
Quando a lúgubre noite acaricia
Minha face, no sopro do ar gelado,
Minha mente, aturdida, propicia
Ambiente para eu ser mutilado
Quando cai esta noite impiedosa,
Em pedaços minh'alma se desfaz,
Dando espaço à mais pura solidão
Quando o céu, em bondade desdenhosa,
Faz, do manto sombrio, luz e paz,
Alvorada, trazendo a redenção