Penitência

Quando a noite, infinita, me assedia,

Em silêncio, exibindo meus pecados,

A tortura se dá na calmaria

Enganosa do céu enluarado

Quando a lúgubre noite acaricia

Minha face, no sopro do ar gelado,

Minha mente, aturdida, propicia

Ambiente para eu ser mutilado

Quando cai esta noite impiedosa,

Em pedaços minh'alma se desfaz,

Dando espaço à mais pura solidão

Quando o céu, em bondade desdenhosa,

Faz, do manto sombrio, luz e paz,

Alvorada, trazendo a redenção

Vitor do Carmo Martins
Enviado por Vitor do Carmo Martins em 20/03/2020
Reeditado em 20/03/2020
Código do texto: T6892265
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