Lembranças do cárcere d' alma
Inumado no crasso ensejo,
Da feral e lutuosa ave do silamento.
Vasto padecer no lívido adejo,
Na lágrima vertida no lamento.
Debalde, lembrança a intumescer,
E o íntimo a varrer,
No assomo da tristeza no ser,
Ínfimo em algente esmaecer.
Alma entorpecida e langue,
No ósculo que a tange,
No travo licor da agrura que anestesia.
Ébrio em desventura infindável,
Atro torpor inefável,
No ocaso da engelhada existência que silencia.
Em XV de agosto de MMXVIII. E. V.
Dies martis.