Lembranças do cárcere d' alma

Inumado no crasso ensejo,

Da feral e lutuosa ave do silamento.

Vasto padecer no lívido adejo,

Na lágrima vertida no lamento.

Debalde, lembrança a intumescer,

E o íntimo a varrer,

No assomo da tristeza no ser,

Ínfimo em algente esmaecer.

Alma entorpecida e langue,

No ósculo que a tange,

No travo licor da agrura que anestesia.

Ébrio em desventura infindável,

Atro torpor inefável,

No ocaso da engelhada existência que silencia.

Em XV de agosto de MMXVIII. E. V.

Dies martis.

Marvyn Castilho
Enviado por Marvyn Castilho em 18/03/2020
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