A gaiola e o grilhão

A gaiola e o grilhão

Chora a ave engaiolada na prisão

Importuna e cruel foi sua sina

Sentenciado de forma repentina

À viver agonizando no alçapão

Dói minh'alma, dói-me o coração

De ver triste este galo-de-campina

Ele quer voar como as aves de rapina

E se libertar deste lúgubre caixão

Ave, na prisão tu és meu amigo,

Pois choro, lacrimejo contigo

E sinto esta total discrepância

Quero libertar-te da gaiola!

Solto, ao meu ouvido, cantarola

Enquanto me liberto da ignorância!

Cardoso de Figueiredo
Enviado por Cardoso de Figueiredo em 17/03/2020
Código do texto: T6890188
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