Soneto a rir de um toco
Se acaso o que procuras
te ame feito louco,
do que quisesse ter verias tudo,
de qualquer coisa a mais do que ser belo,
e se se aperta ao ver passar-te há pouco
num verso velho e cinza a rir de um toco
e afina a ponta e perde a graça e fia
o amor atado num barbante voa.
E como só, te aviso, quase escoro:
te amo tanto que me abre a pele,
aperto os olhos pra ouvir teu colo.
E tanto faz se vens se fica ou vais,
será-que-vê zombando aos olhos serve,
se um pouco eu vi em tu de mim demais.