ELENITA
Mauro Pereira
Entre as mulheres que na vida eu tive,
Levando em conta as que não têm meu sangue.
Existe uma, que ainda vive,
Nesse meu peito, combalido e exangue.
Incendiando as brasas que mantive
Tapadas com as cinzas do amor, que tange
As cordas da saudade e em mim revive
Com seus acordes. E minh'alma plange,
Ao ver que o firme ritmar do tempo
Levou pra longe a ela; a que eu mais quis!
Largando ao léu os versos que não fiz.
Estropiando os passos que não dei!
Inerte e triste deixei meu intento,
Amando, ao longe, a quem quase amei.
Brasília, 08/03/2020