DESCOMPASSOS
Senti, preso em teus braços, as vertentes
do amor jorrando o mel da fantasia,
aniquilando, em olhos inocentes,
aquela timidez que persistia.
Atravessei fronteiras diferentes,
enquanto me banhava em ousadia
o teu afago, dono dos carentes
desejos de uma noite, então, vazia.
Tomaram os lençóis as traquinagens
dos nossos lábios e das mãos selvagens
a deslizar, errantes, por tremores.
Refeitos do furor, dos descompassos,
deixamos toda a plenitude, lassos,
ninar os corações dos sonhadores.