SONETO EXTRAÍDO DA "IMITAÇÃO DE CRISTO"
Não busques por aqui contentamento
Pedindo esmola às pobres criaturas,
Pois mesmo aquelas que reputas puras
São vãs e passam como passa o vento.
Não solte a tua boca um só lamento
Em meio aos teus martírios e torturas;
Das coisas, as presentes ou futuras,
Não te queixes: calar-se é um unguento.
Antes de tudo, sê viril, sê forte,
E mesmo que te venha a própria morte
E o negro fim à tua frente assome
Tudo suporta, por amor de Deus,
Que já suportou tudo pelos seus:
Resigna-te na dor que te consome.