VIA (soneto)

Venho de andanças, em um estio

Trago lembranças tão desgastadas

Das outras tantas outras moradas

Que não sei mais se choro ou rio

E no mar do céu de matiz pueril

Outrora fui talvez, tantas estradas

Tantas lágrimas por mim deixadas

Dadas ou pegadas, de vulto vadio

Hoje sou a saudade esfarrapada

Largada, do que um dia eu senti

Eu mesmo sou a razão que perdi

E nesta via de tão dura lombada

De alma ressecada e tão cansada

Nos sonhos que devaneei, morri!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

07 de março de 2020 – por aí.

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/rUSE5JDV63Q

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 07/03/2020
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