AVINDO (soneto)

Pálido, o luzir do raiar, cerrado sombrio

Chave lá fora, cá dentro o peito chora

Embalsamado no tempo que implora

Por afago, neste dia de um céu bravio

Sobre o leito do meu olhar a aurora

Em lágrimas escoadas do verso vazio

Melancólicas, com suspirar e arrepio

Que consola com a lua, branca senhora

E nos olhos rasos d’água, palpitando

A saudade, que dá aflição se abrindo

Em lembranças, que ali vai resvalando

Não te rias de mim, ó agrado findo

Por ti, no rancor eu velei chorando

Mas, no amor, paz e renovo avindo...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

04/03/2020, 04’37” - Cerrado goiano

Vídeo no YouTube:

https://youtu.be/bmar4ptr8eA

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 04/03/2020
Código do texto: T6879809
Classificação de conteúdo: seguro