Ah, mar...
Ó triste e negro espelho deste mar,
Habito no alvo templo do teu senso,
Onde repousa vivo o amor infenso...
Eu sou tudo que o vento ousou levar?
Num tempo que me abrasa devagar
Perscruto as chamas em que me condenso,
Aspiro, mudo, o cheiro deste incenso...
Sou o desfecho do meu próprio altar?
E em ti eu sumo num amor eterno...
Contemplo o panorama tenso, e firme:
Teci um oco enredo em meu caderno?
É... Teu tormento visa compelir-me...
Às ondas? Sonhos, prantos, um inferno...
Ah, mar... Vais em tua onda sacudir-me?!