APELO
APELO
Eu, que nunca te quis senão amante,
Como posso querer-te agora amiga?
Temo que simplesmente não consiga:
Tenho-de me fazer de ti distante!
Não peças que te veja tão radiante
E finja não sentir a chama antiga…
O que a civilidade nos obriga
É que cada um de nós se desencante.
Quero sigas os mais belos caminhos
E que de vez em quando meus carinhos
Recordes com saudade e com desejo.
Melhor eu me afastar enquanto posso,
Que t'esconder o ardor quando te roço
Ou não dizer te amar quando te vejo.
Betim - 03 03 1992