PINGO DE OURO

PINGO DE OURO

Se ao menos te deixassem arvoreta

Co'os cachos de frutinhas amarelas,

Talvez eu te apreciasse as folhas belas,

Cujo auriverde lanças sem trombeta.

Por flores, violeteira, não violeta!

As pétalas pequenas que revelas

Do pólen mais o néctar as cautelas

Pelas quais s'esgarçava a borboleta...

Contudo, a topiaria dos infernos

Te poda por bordejos de contorno,

Como fossem maciços vãos externos.

E querem que isto sirva como adorno

Ao gosto dos hediondos hodiernos

Te pondo nos canteiros sempre entono!

Betim - 01 03 2020