Corpos de néon. Soneto sem verbo.
Os néons, nas cores fosforescentes,
Dois corpos lindos nas folhas de prata
Entre ouros pragmáticos aparentes
Futuro da vida, à verde mata.
Pesos apocalípticos conscientes
Na beleza inoxidável e grata
Nos grandes amores dissidentes
E na mulher à graça duma gata.
Nas tantas madrugadas famintas
E nas cabeças lindos pensamentos
Pelo olho do homem, setas sucintas.
Em todas as carências congênitas
Desse amor, em simplórios sofrimentos!
Nova esperança das fomes finitas.
Domfiuza
28/02/2020