Surdos lamentos...


Nas inquietações absurdas, recorrentes das ações
Homens afoitos e imprudentes por sutis migalhas...
Em leitos descortinados com as mentes pirralhas
Obscuras minúcias, lamentam as incompreensões.


Insones e surdos nos descontroles para com a vida
Que alertam no resplandecer dos pomares frutíferos
De vinhedos que emolduram com cachos salutíferos
Inebriam-se nos paladares de lama e falas atrevidas.


Para as superficialidades que mais não acrescentam
Nem o canto das cigarras que para você adormecidas
Sem mais os encantamentos risonhos que fomentam.


Conquistas frágeis, rodopiando num caracol de ventos
Nas bizarras roupagens, com escárnios convalescidas
Vazio silencioso, não ouço mais sons nem os lamentos...



Texto: Miriam Carmignan
Imagem Google