PRESSÁGIOS

PRESSÁGIOS

De nada valerá vigiar o abismo...

Na noite escura caio embora sábio!

Logo uma fria virgem me abre o lábio

Como se a morte um súbito egoísmo.

Apenas sei do horror do cataclismo,

Turvando-me o sentido ainda inábil.

E houvesse de antiquíssimo alfarrábio

O oráculo sinistro que ora cismo.

Nada me evitaria o azar previsto,

Ainda que soubesse a sua origem

Ou em mero cogitar saber que existo.

Mas... Essas soledades tanto afligem!

Visto que a amplidão que enfim conquisto,

É sempre estar a um passo da vertigem...

Caeté – 15 07 2000