CABEÇA-DE-PONTE
CABEÇA-DE-PONTE
Por que esperar que o amor nos salve a vida,
Se enquanto ciclo apenas a repete?
Assim, desde qu'eu tinha dezessete,
Um novo vão de guerra e paz valida.
Outra vez, qual vanguarda destemida,
Desejo que ao vazio me complete.
Embora não entregue o que promete,
Trocando de senhor, nunca de lida...
Avança por meu peito tão inglório,
Palmo a palmo, ganhando território,
Até que o corpo inteiro me conquiste.
E enfim, a perpetuar a minha sina,
Inelutavelmente me domina,
Como se fosse tudo quanto existe...!
Betim - 27 02 2020