BALADA DA AUSÊNCIA

O nada tem estado no teu olhar inquieto

Ao sentir as visões que povoam a mente

Perguntando nomes ou algo quase secreto

Entre lembranças revestidas do presente.

E como nem todo silencio é esquecimento

Os dias se fazem de tuas quase ausências,

Morosamente caladas em vivo pensamento,

Sabendo-se sol e chuva em permanência.

E ao cantar do vento na tua solitude

Clamas por alguém por clemência

Movido por essa música em quietude,

Choras dores na jornada da essência

Hoje espiando pelas frestas da finitude

Ouço a irremediável balada da tua ausência!

*Poema inspirado num olhar reflexivo sobre o "Alzheimer"