NO BRANQUEAR DOS CABELOS

Desviveram os adolescentes rubores

que esbrasearam amáveis tempos de encantos.

Os viçosos corpos entoavam seus cantos

e desatendiam a quaisquer dissabores.

A vida seguia, rosário de favores,

propiciando muitos protetores mantos

que resguardavam dos temores e dos prantos.

Choro havia, mas tinha muitos resplendores.

O tempo, que conduz e concede favores,

parece controlar o concedido e quantos

pode outorgar, sejam aflições ou amores.

Se, no branquear dos cabelos, tristes cantos

forem cantados, em vez de à vida louvores,

não se buscou o sol, mas escuros recantos.

Silva Edimar
Enviado por Silva Edimar em 26/02/2020
Código do texto: T6874954
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2020. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.