SONETO FANTASMA

Na manhã dessa casa, as outras casas,

Outras caras manhãs de ser sem prazo.

Um pássaro me abraça, em todo caso --

Algumas asas que me atiçam brasas

Nos pontos certos, céu nas poças rasas.

Na manhã dessa casa avessa a ocaso,

Lembranças que me afligem sem atraso

No estar de novo aqui, entre outras casas.

E já não me encontrando, não como antes,

Entre cômodos vagos despertando

Um que não fui, por mesmos pés errantes,

Serei fantasma, tão sem como ou quando

Quanto o que em parte foi, tão perturbantes

Os destinos nos quais vou me encontrando.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 25/02/2020
Código do texto: T6874083
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