SONETO FANTASMA
Na manhã dessa casa, as outras casas,
Outras caras manhãs de ser sem prazo.
Um pássaro me abraça, em todo caso --
Algumas asas que me atiçam brasas
Nos pontos certos, céu nas poças rasas.
Na manhã dessa casa avessa a ocaso,
Lembranças que me afligem sem atraso
No estar de novo aqui, entre outras casas.
E já não me encontrando, não como antes,
Entre cômodos vagos despertando
Um que não fui, por mesmos pés errantes,
Serei fantasma, tão sem como ou quando
Quanto o que em parte foi, tão perturbantes
Os destinos nos quais vou me encontrando.
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