Diabólico

Donde é que vem esta paixão que me consome

Donde é que vem, pois nem eu bem sei lá de onde

Segue insaciável, parece sempre com fome

Donde ela vem não sei e nem onde se esconde

Tão logo surge, queima, por dentro me come

Não se sujeita, não atende, não responde

Tão bruta e forte, não há ninguém que a dome

Surge do nada, se instala, abala e se some

Gibran nos diz para atender ao seu chamado

Mas para que seguir atrás de algo fadado

A terminar sempre de modo melancólico?

Se no início é bom, mal sempre vai findar

Mais se parece, assim, da sereia o cantar

Encanta a todos pra daná-los. Diabólico!