Canto à Calma
Hoje eu cá faço uma nova cantata
Não é sobre a fé e nem de atos que evito
Mas da calma que abafa a dor do grito
E tece a chuva na noite pacata.
Esta calma que me parece inata
Meu elo do mundo e êxtase dum rito
Que enche a minha vida e traz o infinito
Prazer qual o tinto em taça de prata.
Confesso, ela se abraça no que gosto
Faz do meu sorriso o seu belo açude
E bebe da paz que pousa no meu rosto.
E assim tal pássaro farto de espanto
Ante a estrela da manhã que brilha amiúde
Ao alvor d'alma e alívio do pranto, eu canto.