PERDÃO SEM ERRO
Por vários anos percorri o escuro
Caminho d’uma cruel rejeição.
Houve um sentimento dos mais puros,
Morreu subitamente sem razão.
Abatido com um golpe tão duro,
A poesia deixou-me na mão,
Como um poeta triste e sem futuro,
Abandonado pela inspiração.
Hoje vivo a buscar compreensão,
Se não errei, perdão não necessito,
Não quero, não peço, não admito.
Como alguém, que sabe da alma o grito,
Entre duas delas eleva um muro,
Impedindo a solução d’um conflito?