Olhos de Prata
O nascer do sol, à sua face, que a luz nega
Renega as cores do arco-íris , à sua retina
Olhos de prata, os dias foscos lhe destinam
Um futuro incerto, esperança que se apega.
Um pássaro alado, rebelando sobre as asas
As dores d'alma, que cruzaram seu destino
Que fechou as fendas, e sonhos de menino
De alçar o mundo, ir ao céu, e vir pra casa.
Das trevas, o prisioneiro que chora e canta
Ao bater as asas, as torturas, logo espanta
E jamais se entrega, à gaiola da cegueira.
De um senso agudo, sobre seu leito dorme
O despertar da águia, é seu único uniforme
Que na audição, o conduzirá, à vida inteira.