1.SONETO DO AMOR PERDIDO ( Da série: Um espinho chamado saudade)
Soneto do amor perdido
Olha querida, como o vento leve
Passa rugindo pelas noites! Olha
Como corre ligeiro! Como breve
se affasta, e vôa e os roseiraes desfolha!
Vês, como longe, agora, as azas molha
No lago e o encrespa, e a espuma cor de neve
Espalha e rola pelas ondas! Olha
Querida! Como foge o vento leve!
Vês, neste bosque esteve
Agora, no entanto
Além andeja,,, andeja além..
Ouço nas nuvens altas o seu canto
Ah! Foi assim também teu juramento
Foi assim teu amor: banhado em pranto
Vi-os fugir mais céleres do que o vento!
31-VIII- 1911
OBS. Registro que encontrei este soneto escrito num livro de história impresso em 1907. O livro pertenceu a meu avô, sub tenente Lavigne. No entanto, há registros de escritas de seus amigos, poetas daquele tempo. Não há como obter permissões pois já faleceram e o livro hoje pertence a mim por herança sentimental. Não haverá ganhos econômicos com isso, no entanto ganhamos nós poetas contemporâneos com tamanha lindeza. Imaginem a letra escrita com caneta pena/tinteiro, uma verdadeira obra! Mantive a originalidade das palavras no português da época.
Há outras poesias registradas com datas e horas que irei postando aqui no Recanto das Letras para que não se perca tamanha obra!
As poesias farão parte de uma série a qual denomino:" Um espinho chamado saudade" a fim de homenagear aqueles corações que ousaram escrever nos livros de história seus sentimentos.
Espero que gostem!