BENDITA CHUVA (cerrado)

Quando, a bendita chuva, o céu a água solta

No cerrado, e escala o espaço árido e céreo

Da sequidão do sertão, em uma reviravolta

O chão zonzo, se refestela em doce refrigério

Em breve, mutação, a vida letarga brota e volta

Louca, em seu divino, puro e quimérico mistério

E assim, a formosura do campo a beleza escolta

Tirando da aridez o seu mirrado poema funéreo

Apalpa-a, fecunda-a, e triunfa, e domina a sede

Em glória, abundantemente, em um livramento

Entoando cânticos em que dá avidez se despede

E, em temporal, as águas bailam em ato sublime

Entre as bênçãos dos céus e hosanas do vento

Em um alento, a natureza exime de seu crime...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

20 de fevereiro de 2020 - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

- nascimento da sobrinha neta Manuela Naves Abraham

Vídeo no YouTube

https://youtu.be/1521D0iScRw

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 19/02/2020
Reeditado em 15/03/2020
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