FADO MARCADO
Desdita e estranha sorte ao nascituro,
que convocado à vida, vem chagado,
Provindo com a carga do pecado,
Gestado por inglória, em ventre impuro,
como se aglomerado num monturo,
- um lixo humano, pútrido, encarnado -
sem berço, sem amor (martirizado),
Sem lenço, documento e sem futuro...
Causa do desamor, da violência,
dos vícios e de todo o mal querer,
ao ser que tem por culpa a inocência,
e traz consigo um rastro, a condoer,
E o preço a ser cobrado na inclemência
- Marcado pra morrer, logo ao nascer -
PS - Ontem, foi notificado mais um caso aqui na
cidade, onde um bebê foi encontrado já sem vida,
dentro de um vaso sanitário, em um banheiro público.
Quanta crueldade!
DEDICADO ÀS QUERIDAS POETISAS/ESCRITORAS
IOLANDA PINHEIRO E CRISTINA GASPAR