MEANDROS
MEANDROS
Quão caprichoso o rio em fazer curvas,
N'um ir-e-vir sinuoso para frente…
Parece contemplar-se tão-somente
Pelo suave bailar das águas turvas.
E afasta as ingazeiras já recurvas
Às duas margens onde, frente a frente,
Se assistem no existir indiferente,
Ao sabor das seguidas contracurvas.
Abaixo, n'um longo arco espraiado
Deixa passar a vau de lado a lado
Quem necessita o rio atravessar.
E como s'entretendo co'o caminho
Dá voltas entre as serras, de mansinho,
Sem pressa de chegar a qualquer mar.
Betim - 13 02 2020