POETAS DO SAMBA - PAULINHO DA VIOLA
AMOR À NATUREZA
(Paulinho da Viola)
Relíquia do folclore nacional
Jóia rara que apresento
Nesta paisagem em que me vejo
No centro da paixão e do tormento
Sem nenhuma ilusão
Neste cenário de tristeza
Relembro momentos de real bravura
Dos que lutaram com ardor
Em nome do amor à natureza
Cinzentas nuvens de fumaça
Umedecendo meus olhos
De aflição e de cansaço
Imensos blocos de concreto
Ocupando todos os espaços
Daquela que já foi a mais bela cidade
Que o mundo inteiro consagrou
Com suas praias tão lindas
Tão cheias de graça, de sonho e de amor
Flutua no ar o desprezo
Desconsiderando a razão
Que o homem não sabe se vai encontrar
Um jeito de dar um jeito na situação
Uma semente atirada
Num solo fértil não deve morrer
É sempre uma nova esperança
Que a gente alimenta de sobreviver
Tu falas da cidade em que nasceste,
Que chamas de relíquia, com razão
E eu, que compartilho o mesmo chão,
Oferto o meu apoio a quem proteste
Ao ver este cenário de tristeza
A nos causar o mais profundo espanto
Embora muitos se esforçassem tanto
Tentando preservar a natureza.
Reclamas, em teus versos, do desprezo
Que é fruto da indolência e da ganância,
Sem que o que é bom fosse levado em conta.
Eis, pois, o resultado dessa afronta:
O orgulho que marcou a nossa infància
Hoje é rincão sem graça e indefeso.
Bom dia, amigos.
Ótiima terça, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.