POETAS DO SAMBA - PAULINHO DA VIOLA

AMOR À NATUREZA

(Paulinho da Viola)

Relíquia do folclore nacional

Jóia rara que apresento

Nesta paisagem em que me vejo

No centro da paixão e do tormento

Sem nenhuma ilusão

Neste cenário de tristeza

Relembro momentos de real bravura

Dos que lutaram com ardor

Em nome do amor à natureza

Cinzentas nuvens de fumaça

Umedecendo meus olhos

De aflição e de cansaço

Imensos blocos de concreto

Ocupando todos os espaços

Daquela que já foi a mais bela cidade

Que o mundo inteiro consagrou

Com suas praias tão lindas

Tão cheias de graça, de sonho e de amor

Flutua no ar o desprezo

Desconsiderando a razão

Que o homem não sabe se vai encontrar

Um jeito de dar um jeito na situação

Uma semente atirada

Num solo fértil não deve morrer

É sempre uma nova esperança

Que a gente alimenta de sobreviver

Tu falas da cidade em que nasceste,

Que chamas de relíquia, com razão

E eu, que compartilho o mesmo chão,

Oferto o meu apoio a quem proteste

Ao ver este cenário de tristeza

A nos causar o mais profundo espanto

Embora muitos se esforçassem tanto

Tentando preservar a natureza.

Reclamas, em teus versos, do desprezo

Que é fruto da indolência e da ganância,

Sem que o que é bom fosse levado em conta.

Eis, pois, o resultado dessa afronta:

O orgulho que marcou a nossa infància

Hoje é rincão sem graça e indefeso.

Bom dia, amigos.

Ótiima terça, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.

Mario Roberto Guimarães
Enviado por Mario Roberto Guimarães em 11/02/2020
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