Lembranças Na Soletude
Nas brumas de um sonho a alma ficastes
olhando, as horas, passar na quietude.
Rosas que mãos belas desfolhastes,
lembranças, sentidas, na soletude.
Um jardim abandonado lembrastes,
paisagem erma em decrepitude...
Entre sombras onde luz não clareastes,
ali, sepultada minha juventude.
Fostes vós que entre névoas despontastes,
branca e serena como a senectude,
que a lira do meu passado entoastes.
E agora quando vejo me ilude,
a noute, caindo, como das hastes,
negras, as rosas, na soletude.