Soneto à Ribeira
Aqui, nesta beira
de um cais na Ribeira
o tempo passa vagarosamente lento
que até pareço voltar no tempo
Suas águas surram meu corpo
mesmo sem me tocarem a pele
de tal forma que, absorto,
pareço levitar, de tão leve
No céu, aves de carne e de aço
voam, talvez, sem rumo certo
mas levam deste cais, decerto
uma impressão certeira,
de que, como num abraço,
o tempo para na Ribeira
De uma bela tarde na Ribeira.
Salvador, 09.02.2020