POETAS DO SAMBA - RUY QUARESMA
CAVAQUIMHO CAMARADA
(Ruy Quaresma)
Eu tenho um cavaquinho camarada
É ele que harmoniza a batucada
Eu tenho um cavaquinho companheiro
Irmão do tamborim e do pandeiro
Eu tenho um cavaquinho muito amigo
Que diz tudo que eu não digo
Toda vez que eu vou tocar
E sempre quando eu toco no seu braço
Eu me sinto num abraço
Que eu não sei explicar
E quando a lua é triste e a noite é morta
Um vazio bate à porta vem me encher de solidão
E nessas horas quando a vida é fria
Eu me escondo na poesia e por trás de um violão
Mas quando o amor me mata de tristeza
Eu me sento nessa mesa, só aqui que eu sei morrer
No compasso delirante de um chorinho
Só você meu cavaquinho que é capaz de me entender.
Tu tens um cavaquinho quase mágico,
Que além de dar ao samba a harmonia,
É teu consolo ante a agonia
E torna belo o que parece trágico.
Da forma especial com que o descreves,
Chego a pensar que, se te sentes fraco,
Corres em busca desse tal cavaco,
Pras tuas aflições serem mais breves.
"E quando a lua é triste e a noite é morta"
O que te resta é sempre a solidão
Trazendo a dor e apertando o peito.
De espairecer, encontras só um jeito:
Pegar o cavaquinho, esse amigão
Que, junto a ti, te entende e te conforta.
Bom dia, amigos.
Ótimo domingo, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.
Obrigado, Jacó, pela brilhante interação.
AMO CAVAQUINHO
Na tristeza mergulhado em noites longas,
O luar sempre vem me encontrar sozinho,
Criando os versos, ao som do cavaquinho;
Com os acordes simples tais as arapongas...
Faço paradas curtas, pra pensar baixinho,
Os ajustes nas frases, pra ficarem no tom...
Canto dez vezes, pra ver se ficaram bons,
E beijo meu cavaco, com amor e carinho...
Como aprendiz em versos e instrumentos,
A noite finda, mas meu trabalho não saiu...
Mas foi nessa magia, que a tristeza partiu...
Tocar cavaquinho não foi só divertimento...
Pois treinar pra valer, minh?alma decidiu...
Se não aprender, é Deus que não permitiu...
(Jacó Filho)
Obrigado, Hull, pela honra da interação.
Violão ou cavaquinho
são instrumentos preciosos
que não nos deixam sozinhos
com seus sons maravilhosos.
Ao meu violão peço desculpas
de abandoná-lo no armário,
falta uma corda, que culpa,
confesso amigo Mario.
Ruy Quaresma eu não sou
fiel e bom companheiro,
do seu cavaco cuidou,
esse é amigo verdadeiro.
(Hull de La Fuente)