O CHÃO DO POEMA

O CHÃO DO POEMA

A despeito da escrita descuidada

E da rudeza típica de incultos,

Cultivo a Poesia em meio a insultos,

Refinando-me a pena enamorada.

Embora eu saiba muito pouco ou nada,

Escrevo de meus dias seus tumultos,

Mas sem perder de vista os grandes vultos,

Que souberam poetar sua jornada.

Por terreno baldio, o coração

Recebe de meus versos, grão por grão,

Uma lavoura incerta e extemporânea.

Em todo o caso, possa ela abundar

Para o coração do outro alimentar

Enfim de fantasia momentânea.

Betim- 08 02 2020