Silencio e Grito

Pesa o silêncio da voz ao infinito

Como negro préstito, vil, funéreo,

Conduzindo a paixão ao cemitério

Repousando-a na pedra de granito.

A frente um vulto à seguir aflito,

Vê que tudo perdeu-se no mistério,

E o cortejo ao ouvir o som saltério,

Sob o grito humano, doloroso grito.

Enquanto o ar trava-se em calmas

O silêncio separa duas almas

Dentre a noite solitária, vã, sem lua…

O amor perdido, a morte o ceva,

E eu múmia de sangue em meio a treva

Busca na sombra a tua alma nua.