Censura #1 (Machado e Kafka)
Já não bastasse em vida, o embranquecimento
E postumamente, da sua cor, o esquecimento
Machado, que vergonha alheia me inflama
Dessa governo velado e em chama
Não estás sozinho no desespero pela censura
Junto contigo, há Kafka, numa ignorante desventura
Haja metamorfose, em nós, tão leiga democracia
Ignota em humildade, maleducada em mais valia
Suportar com paciência a cólica do próximo
Leva meus instintos aguçarem ao máximo
Nas palavras/soneto voltar-se, exímio
Esperançar em paciência, metamorfose ao paraíso
Respirar calmamente, não faltar com juízo
Talvez me borbolete, posteriori, sorriso