Escombros
Do alto da solidão, este recorte
que, relha do impossível, fere o passo,
à noite eu desabei. Foi do cansaço,
a me furtar a máscara de forte.
Exposto ali, nublei, buscando o norte,
meu ponto de existência neste espaço.
E me encontrei, sutil, no ínfimo traço
de vida em meu olhar, na última sorte.
Passai de longe, e vede o monumento
sólido, intransponível, que em tormento
eu finjo arquitetar mesmo de mim!
De perto, porém, muito não fiteis.
Ou notareis que tanta solidez
somente há nos escombros do meu fim.