Bendita Ilhéus

Bendita Ilhéus, sob o teu céu, apenas

eu me desate deste Rio, terás

minha saudade – deusa de abissais

inquietações, rainha de mil penas.

E em teu pelágico alvorar, as cenas

de moças negras entre os coqueirais

tomem lugar do que, veloz demais,

reduz o amor a coisas tão pequenas.

Tu cantarás à luz da Catedral

de São Sebastião o incrível hino

de minha angústia, como o derradeiro.

E na ventura, sacrossanto gral,

possa eu sorver do bálsamo divino

o teu amor, o mar, o mundo inteiro.

Alex Olliveira
Enviado por Alex Olliveira em 01/02/2020
Reeditado em 18/09/2020
Código do texto: T6856072
Classificação de conteúdo: seguro