SONHOS HÚMIDOS

SONHOS HÚMIDOS

Aquilo que é desejo me visita

Em meio ao sono leve da modorra…

Ao mormaço da tarde, suor escorra

Quando a respiração profunda e aflita.

Um vago devaneio mais incita

Contra a mente os sentidos indo à forra:

Sem que nada me toque, o sexo jorra

Semelhante a uma válvula que apita!

Acordo sem saber a quem ou ao quê

Eu devo haver meu corpo por mercê

De carícias tão suaves quanto intensas.

Entrega-me ao torpor o dorso langue,

Como por sob a pele todo o sangue

Borbulhando no púbis ondas densas…

Betim - 31 01 2020