SONETO DA MONALISA

Ah, por que o palhaço sendo triste

Transforma o picadeiro num mar de risos

E o que dizer do poeta que resiste

Vence o sono, atrás de versos concisos

Solidão comum canalizada em arte

Aplauso efêmero saciando em parte

A fome de paz que atormenta, pobres mortais

Mambembes anônimos, sem pinturas, recitais

Carregam lápis, os papéis, a lona e as tralhas

Dormem ao relento ou mesmo entre as palhas

Ah, porque sendo amantes de Monalisa

Dividem a mesma pista boêmio e cigano

Enigmático semblante suscitando engano

Doce saudade daquele perfume, da brisa

Sérgio Sousa
Enviado por Sérgio Sousa em 31/01/2020
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